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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Família autoriza doação de órgãos de cinegrafista atingido por rojão



A família de Santiago Andrade, que foi atingido por um rojão durante um protesto na última quinta-feira (6), disse que vai doar os órgãos do cinegrafista. A informação foi divulgada pela rádio BandNews, após a morte cerebral da vítima ser diagnosticada. A Secretaria de Saúde diz não saber da informação, já que a família resolve casos de doação direto com o hospital.
Segundo a Band, fotógrafos e jornalista vão fazer uma passeata em homenagem a Santiago na tarde desta segunda-feira (10). O ato estava marcado para sair às 16h da Central do Brasil e seguir até o prédio da emissora, em Botafogo, zona sul do Rio.
Santiago Andrade teve morte cerebral confirmada na manhã desta segunda-feira, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Ele foi atingido por rojão durante manifestação contra o aumento de passagens de ônibus, na quinta-feira passada.
O cinegrafista estava internado no CTI do Hospital Souza Aguiar há quatro dias. De acordo os médicos, as primeiras 72 horas eram fundamentais para saber a evolução do quadro, mas o cinegrafista não resistiu às lesões causadas.
É o primeiro caso fatal envolvendo jornalistas atacados durante os protestos de rua. Segundo a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), desde o início da onda de protestos, foram registrados 117 casos de violência contra profissionais da imprensa. Um dos suspeitos flagrados com o artefato que atingiu Santiago se apresentou à polícia na madrugada de sábado (8). Fábio Raposo, de 22 anos, disse ter repassado o rojão a um homem, que seria o responsável por acendê-lo. Raposo foi indiciado por tentativa de homicídio e crime de explosão e foi preso na manhã de domingo, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio.
O advogado Jonas Tadeu, que defende Raposo afirmou já saber a identidade do manifestante responsável por disparar o artefato. Em entrevista à rádio CBN, Tadeu confirmou que levava o nome do rapaz à polícia. Ele teria conseguido a informação através de um outro manifestante.
— Em um determinado momento em que eu fiquei sozinho com o Fábio, ele pediu que eu procurasse uma determinada pessoa e que essa pessoa ia me passar a identificação do rapaz. Eu já tenho essa identificação, mas eu vou passar para a autoridade policial. Eu já tenho o nome do rapaz.
O advogado passou toda a manhã de domingo (9) tentando convencer Fábio Raposo a aceitar a deleção premiada. À tarde, em novo depoimento, o jovem disse à polícia que, apesar de não conhecê-lo intimamente, seria capaz de reconhecer o responsável por disparar o rojão. É possível que Raposo ajude na confecção de um retrato falado ainda nesta segunda-feira (10).
Fonte:http://jornaldehoje.com.br/

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