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segunda-feira, 24 de junho de 2013

TOUROS É A ÚNICA CIDADE NO BRASIL QUE TEM A DANÇA FOLCLÓRICA JUNINA DAS BANDEIRINHAS

                                    Fotos: Dione Nascimento

A Dança das Bandeirinhas só existe na cidade de Touros, ha mais de um século de existência.  Atualmente, estas celebrações acontecem nos clubes de idosos da cidade, presididos por Da Paz Felipe e Vitória Monteiro, fugindo um pouco a tradição, mas prevalecendo a continuidade dos eventos culturais que acontecem nas vésperas de São João, São Pedro e Sant'Ana.


"São João foi tomar banho, com 25 donzelas
As donzelas caem n'agua, São João cai com elas.
Acordai, acordai, acordai João
São João esta dormindo, não acorda, não".

Como tudo começou
"Para melhor celebrar os santos juninos, há quase 100 anos, foi fundado uma sociedade, formada por mulheres, que criaram entre elas o “Banho da Meladinha”, que era uma bebida quente e de fabricação caseira.    Isto acontecia com um banho no rio das Mulheres, (fluente do rio Maceió), à meia noite.  Minha mãe dona Nene, fazia parte da sociedade", assim relata dona Maria Débora do Nascimento, com 90 anos de idade.

Com o passar dos anos apareceu um vendedor ambulante cearense, que trazia para vender “bandeiras” de São João, São Pedro e Sant’Ana, o que provocou a ideia de criar as “bandeirinhas” de origem religiosa com saudação aos santos da Igreja Católica.

Da sociedade faziam parte Francisca Anacleto, Luiza de Pretinha, Babá Mariquinha, Júlia de Honório, Chiquinha Cunduru, Dona Nene (Ernestina Mendes Tenório), Geracina Horácio, Jovelina, Rita, Maria Chiquinha, Rosa, entre outras.

A tradição
Desde 1910, o folguedo se consolidou em Touros sob a direção de Joana Pacheco. Nos anos vinte, Joana Pacheco passou a Francisca Conduru, mais conhecida por Cgiquinha Cunduru, à responsabilidade de conduzir a função. Posteriormente Geracina Alsina do Nascimento permaneceu no comando por volta dos anos quarenta, até entregar o estandarte a Josefa Odete de Melo, mais conhecida como Dona Finha. Em 1993, sentindo-se cansada Dona Finha passou o comando das Bandeirinhas para Maria Inês,  que atende pelo apelido de "Nega", estando atualmente com Francisca de Assis Cruz "Francisquinha" para dar continuidade a festança.

Daí a tradição de ser comemorado na residência de uma família tourense, as “bandeirinhas”, com comidas típicas, forró pé de serra só para as mulheres, fogos de artifício, fogueira e bebidas quentes.

A festa tem sua continuidade atingindo seu ponto máximo quando as devotas saem, a meia-noite em cortejo para o rio Maceió entoando louvores aos santos para o banho purificar, na crendice de que vendo o rosto no espelho da água, não morrerão pelo menos até o próximo São João.

Poe Dione Nascimento 




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